segunda-feira, 15 de abril de 2013

Big day, big disaster - como o colete flutuador salvou.minha vida.


Big day, big disaster.

Sábado foi um dia especial. O maior swell do ano e para mim, surfista de escritório e de internet, o maior mar há muito tempo. Eu estava calmo e concentrado e bem esperto em relação às séries varredoras, por isso fiquei bem posicionado no outside. As condições de manhã estavam pouco atraentes: neblina, frio, maré cheia. Depois abriu o sol e ficou lindo.

Mas senti falta daquele rip de pegar onda todo dia. Tive chance de me jogar na negativa em algumas , como alguns locais fazem, mas achei melhor deixar passar. Noutras, remava, remava e não entrava. Poxa, tenho que pegar uma. Não queria ficar no inside por motivos óbvios e que, de tempo em tempo, se confirmavam com séries varredoras.

Pico Alto é uma onda difícil de se pegar, conclui-se. Os locais dominam as séries e você fica catando as sobras ou uma oportunidade.Se der um mole, bomba na cabeça. Horas dentro d’agua e nem uma onda. Remei para um monte e nada.

Deu meio dia e meia e pensei “Em maia hora, sai todo mundo.” Não deu outra.

De repente, saíram todos locais e ficou eu e um brasileiro. Remamos  para uma onda, ele, 20 anos mais novo,  foi,  eu não . Fiquei sozinho no outside e pensei: “Agora eu pego uma.”  Mas Pico Alto me reservava surpresas maiores.

Em 2 minutos , uma série varredora, que eu não tinha visto ainda, se levantou. A primeira quebrou e a prancha se soltou da cordinha. Estava sozinho  no outside sem prancha!! Quando olhei para trás, vinha uma ainda maior que quebrou 3 metros à minha frente. E assim foi por 6 ondas. Pico Alto me expulsava de suas águas.

O colete flutuador me salvou, literalmente. Com ele, fui empurrado para fora da zona de impacto e arremessado para o final da corrente. Quando parei de ser arremessado, estava no meio da baía e a primeira coisa que chequei foram as horas: tinha mais de 5 horas para sair d’agua. Agora entendia porque os locais não surfam lá de tarde.Por sorte, antes de entrar dentro d'agua, um pescador havia gentilmente me explicado como sair do pico nadando: remar sempre para Playa Norte. 

Nadei até a beira, procurando a prancha e sendo vastamente ajudado pelo colete que me fazia flutuar e deslizar na corrente e na espuma. Ao chegar na praia, Gabriel Sodré, o brasileiro que tinha pego aquela ultima onda, me emprestou sua prancha para que eu remasse de volta ao outside para buscar a prancha.Enquanto ele ia fazendo sinais de cima do penhasco, ia remando sem ver a prancha.Lá fora, no meio do caminho, finalmente a vi. Ufa! O brinquedo estava salvo.

Saí d’agua com uma sensação ambígua. Por um lado, sentia-me frustrado por não ter descido nenhuma das bombas, por outro lado, sentia que tinha crescido como waterman e que o colete fora o melhor investimento para essa viagem.

Eddie would go, definitely.  

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