segunda-feira, 29 de abril de 2013

Se voce nao estiver nessa pousada, nao pode surfar de jetski

Para minha surpresa, soube que nao poderia  fazer parceria com meus amigos do tow in pois nao estava hospedado na mesma pousada que eles. Eles até tentaram enrolar, com justificativas de que o jetski tinha dado problema, mas,depois, reconheceram que o problema era o dono da pousada.
Curiosamente, o jetski nao é do dono da pousada , mas , por relacoes pessoais , eles acataram sua posicao.
Uma pena, mas seria muito difil eu ficar na pousada  em questao. Alem de ser 5 dolares mais cara, nao tem quarto com banheiro individual e teria que compartilhar o quarto com estranhos.Para piorar, a pousada nao teria prancha picoalteira  para mim. Ou seja, menos conforto, menos privacidade e sem equipamento.
É paradoxal que alguém  tao conectado com as ondas de Pico Alto, seja  ao mesmo tempo, tao restrito na forma de pensar. Sao as contradicoes da natureza humana, a ponto de reclamar de minha presenca próximo da pousada, apesar de amigos e conhecidos estarem nela.
O visitante de hoje é o cliente de amanha.
A proposito, foi um dia divertido em Punta Rocas. Busquei alguem para surfar comigo em Pico Alto de tarde, mas nao encontrei ninguem.O fim de tarde foi bem bonito com direito a oracao de agradecimento com sol se poendo.

Obrigado Senhor.

Amanha cedo, se nao tiver neblina, rola um Pico Alto temprano.

domingo, 28 de abril de 2013

2 dias de surfe em Penascal lavam a alma.

2 dias de surfe em Penascal lavam a alma.



2 dias de surfe em Penascal fazem bem a qualquer surfista que gosta de onda power. Onda forte, rápida, mas com um drop relativamente fácil, Penascal  possibilita um surfe com a 8’4 no melhor estilo. No primeiro dia, por questao de minutos nao tive a chance de conhecer o legend Felipe Pomar e surfei  em companhia de Glenn Milani, chiquérrimo. 

Surfei de 8 a 9 pés no primeiro dia e 6 pés no segundo, sempre solidos e divertidos. Quanto tempo demorarei para ter um dia igual no Brasil?????

O tédio depois desses 2 dias é tambem inevitavel, pois o nivel de adrenalina e realizacao é tao bom que quando o mar cai, fica difícil ter motivacao para ir para a agua. Os días seguintes foram praticamente de natacao, ao inves de surfe. 

Nessa segunda, o mar bomba e esperamos fechar com chave de ouro a trip e, quem sabe, com um Pico Altito para fazer a alegría. Aloha!!!

terça-feira, 23 de abril de 2013

Descobri que a experiencia havia me estressado.



Descobri que um mar pode gerar stress pós traumático. Na quarta feira pasada, fui surfar Pico Alto de novo e descobri  que a experiencia naquele momento havia se esgotado. Dentro d’agua me dei conta de que nao havia surfado por meses e que eu precisava pegar quantidade, volume de onda.

Precisava tambem botar para fora toda a tensao que eu tinha vivenciado nesses días e que estava acumulada. 

Passaram-se diversos pensamentos na cabeca , sentí-me deslocado, nao queria estar nessa experiencia tensa, quería surfar com mais liberdade e menos consequencia. Estressei. Nao curti a caída e sai chateado do amr.Para piorar, um quebra coco na beira ainda me deu uma dura.

Demorei días para recuperar o animo, tive que conversar, botar para fora, repetir a mesma historia varias vezes até que eu me sentise leve.

Agora estou leve e revigorado. Prancha no pé, já no rip que antes nao tinha. Estou ansioso pelo novo swell, pois  já readquiri a pratica que me faltava.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Domingo de sol e Pico Alto bonito


Domingo de sol e Pico Alto

Cascudo da experiência do dia anterior, entrei no mar naturalmente confiante. Peguei um leash 15 pés que um amigo me emprestou de boa fé e fui com tudo. Sentei mais no critico do pico, comecei a buscar as ondas de forma agressiva e na primeira série em que tive que passar jogando a prancha por cima do lip, descobri que a prancha não estava presa ao meu pé e se foi!!!!

O leash estava podre e a presilha tinha se soltado do leash. Eu estava de novo, sem prancha no outside, 5 minutos após ter chegado no pico. “Esto es Pico Alto”, bradou um local para mim e disse o que eu já sabia: “nade para Playa Norte.” Agradeci a ajuda e fui. Outro passou por mim e me avisou que a prancha iria em direção à Senoritas, mas como ontem ela tinha ido em direção à Playa Norte, falei isso para ele o qual reagiu com surpresa.  Por alguns instantes, senti que estava indo para debaixo do pico e achei melhor parar a conversa e acelerar a natação.

Algum tempo depois, encontrei a prancha em direção à Playa Norte e iniciei o caminho de volta para a praia. No meio do caminho, uma ondinha maliciosa, daquelas que ficam no meio do canal, me pegou, me jogou com força e fui sacudindo em direção à praia, agarrado na prancha. Uma sacudida maior virou a prancha e perdi ela. Só faltava essa, agora corria o risco da prancha ir nas pedras. Alcancei a prancha depois de um tiro de 100 metros rasos, dignos de meus melhores dias de treino na piscina, kkkk

Troquei o leash, tomei um Gatorade, comi uma banana  e voltei para o pico, sentindo-me satisfeito por minha boa forma física. Demorou, mas, no final, peguei 2 intermediárias divertidas, que estão postadas no face. Surfar com uma prancha 10 pés é uma experiência deliciosa para os amantes desse esporte.

Em Pico Alto, você tem que guardar uma energia para sair do mar e, chegou um momento em que eu percebi que não poderia correr o risco de perder a prancha, pois não teria mais energia para busca-la.

Remei para a praia e dei o dia de surfe por concluído. What a day.

Ps: houve um momento cômico no mar, quando um brasileiro insistia em remar embaixo do pico, sem perceber, remando reto para o outside quando deveria remar em direção oeste, apontando o bico para o canal.
Eu, do local certo, gritei para que ele remasse na diagonal para que tomasse a direção certa. Ele não me deu ouvidos e, 2 minutos depois, foi varrido por uma série e quebrou a prancha ao meio. Eu avisei.....kkkkk


segunda-feira, 15 de abril de 2013

Big day, big disaster - como o colete flutuador salvou.minha vida.


Big day, big disaster.

Sábado foi um dia especial. O maior swell do ano e para mim, surfista de escritório e de internet, o maior mar há muito tempo. Eu estava calmo e concentrado e bem esperto em relação às séries varredoras, por isso fiquei bem posicionado no outside. As condições de manhã estavam pouco atraentes: neblina, frio, maré cheia. Depois abriu o sol e ficou lindo.

Mas senti falta daquele rip de pegar onda todo dia. Tive chance de me jogar na negativa em algumas , como alguns locais fazem, mas achei melhor deixar passar. Noutras, remava, remava e não entrava. Poxa, tenho que pegar uma. Não queria ficar no inside por motivos óbvios e que, de tempo em tempo, se confirmavam com séries varredoras.

Pico Alto é uma onda difícil de se pegar, conclui-se. Os locais dominam as séries e você fica catando as sobras ou uma oportunidade.Se der um mole, bomba na cabeça. Horas dentro d’agua e nem uma onda. Remei para um monte e nada.

Deu meio dia e meia e pensei “Em maia hora, sai todo mundo.” Não deu outra.

De repente, saíram todos locais e ficou eu e um brasileiro. Remamos  para uma onda, ele, 20 anos mais novo,  foi,  eu não . Fiquei sozinho no outside e pensei: “Agora eu pego uma.”  Mas Pico Alto me reservava surpresas maiores.

Em 2 minutos , uma série varredora, que eu não tinha visto ainda, se levantou. A primeira quebrou e a prancha se soltou da cordinha. Estava sozinho  no outside sem prancha!! Quando olhei para trás, vinha uma ainda maior que quebrou 3 metros à minha frente. E assim foi por 6 ondas. Pico Alto me expulsava de suas águas.

O colete flutuador me salvou, literalmente. Com ele, fui empurrado para fora da zona de impacto e arremessado para o final da corrente. Quando parei de ser arremessado, estava no meio da baía e a primeira coisa que chequei foram as horas: tinha mais de 5 horas para sair d’agua. Agora entendia porque os locais não surfam lá de tarde.Por sorte, antes de entrar dentro d'agua, um pescador havia gentilmente me explicado como sair do pico nadando: remar sempre para Playa Norte. 

Nadei até a beira, procurando a prancha e sendo vastamente ajudado pelo colete que me fazia flutuar e deslizar na corrente e na espuma. Ao chegar na praia, Gabriel Sodré, o brasileiro que tinha pego aquela ultima onda, me emprestou sua prancha para que eu remasse de volta ao outside para buscar a prancha.Enquanto ele ia fazendo sinais de cima do penhasco, ia remando sem ver a prancha.Lá fora, no meio do caminho, finalmente a vi. Ufa! O brinquedo estava salvo.

Saí d’agua com uma sensação ambígua. Por um lado, sentia-me frustrado por não ter descido nenhuma das bombas, por outro lado, sentia que tinha crescido como waterman e que o colete fora o melhor investimento para essa viagem.

Eddie would go, definitely.  

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Teste do flutuador e sessão de yoga antes do big day

Após um café da manhã com minha principesa via skype, descobri que o mar tinha subido com força no meio do dia e tive que cancelar meus planos de nadar até Kontiki. A correnteza estava forte e,definitivamente, soava uma má ideia ir lá sozinho, a nado, ainda que com a prancha amarrada ao pé. Kkkkk

 A boa noticia foi ter surfado em Punta Rocas com o flutuador e ter aprovado a experiência. Confortável, ainda propiciou proteção às costelas, sensíveis após a pancada de ontem. O mar estava horrível, fui varrido várias vezes e acabei sendo cuspido do mar. O colete funcionou perfeitamente. Fiquei confiante para utiliza-lo amanhã em Pico Alto.

Final de tarde, fiz uma sessão de exercícios de respiração de yoga, algumas posturas de fortalecimento e de equilíbrio e meditei de frente para o mar que estava bem mexido e om séries varrendo Kontiki e La Isla. Uma situação muito energizante, se considerarmos o por do sol elétrico que me acompanhou o tempo todo. Sinto-me forte e ambientado para o big day amanhã.

Chegarei cedo se não houver névoa.

“Senta a pua!“ *

 * grito de guerra da FEB (Força Expedicionária Brasileira) na Itália, na Segunda Guerra Mundial.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Segunda caída: céu azul, boas ondas e uma corrente sinistra na beira

A segunda caída é sempre mais relaxada. O batismo da primeira série na cabeça foi no dia anterior, o metabolismo já está mais harmonizado e tudo parece mais familiar. Para ajudar, estava um dia de sol, céu azul e havia uma galera local no pico. Para eles, era apenas um dia de 10 pés havaianos, para mim, um dia de sonho. A beleza do mar ajuda em muito no psicológico e aumenta a diversão. Os locais dão um show, descem no critico, demonstram total tranquilidade, se divertem muito, acham graça de tudo e estão genuinamente relaxados dentro d’agua. E recebem muito bem os visitantes no pico. Demorei uma hora para pegar uma onda, a que está na foto no face, e depois fui varrido lá fora por uma série e trinquei a prancha.....Tive que sair do mar antes que fosse varrido de novo e acabasse partindo a prancha ao meio, uma pena. Já está no conserto e em breve estará pronta.Já garanti outra prancha e , portanto, passei a ter 2 pranchas para Pico Alto. Na hora de sair d'água, fui inventar de nadar os últimos 500 metros e fui arrastado pela corrente em direção às pedras.Não movi um metro em direção à areia e se não estivesse com a prancha atada ao pé, teria passado por sério sufoco. Teria que sair por cima das pedras em Senoritas, o que me parece uma péssima ideia. No dia seguinte, o mar baixou rápido e dei uma caída em Penascal, mas estava chato, pois estava pequeno e demorado. Esse pico exige tamanho e, certamente, é a onda mais perigosa de Punta Hermosa, quando grande. Lá você realmente pode ser arremessado nas pedras. Teve uma série de no máximo 5 pés que eu tomei na cabeça que foi suficiente forte para jogar a prancha nas minhas costelas quando tentei furar a espuma, o que me deixou com muita dor. Pensei até que tinha fissurado as costelas, mas , felizmente, foi só o susto. Estava sozinho no pico e isso não é bom nesses momentos. As previsões estão excelentes . Adelante!

terça-feira, 9 de abril de 2013

Adrenalina: de volta ao outside de Pico Alto

Após o stress da viagem,(dormir em cima das pranchas no aeroporto, chegar em terra estrangeira com uma dor de barriga sinistra devido a uma overdose de bebida achocolatada antes do embarque, nadar para relaxar em Punta Rocas, jantar e , depois de conversar com minha musa no Skype, desmaiar na cama com roupa e tudo); acordei lento, sem pressa, apostando que as emoções ficariam para de tarde. Após o café da manhã, fiz uma sessão de fitting com uma bola suíça e uma sessão de ioga e meditação para entrar no clima. Depois de um bom banho, fui checar o mar, ou melhor , a neblina, e depois de ir até o Luisfer, decidi que o melhor era esperar a tarde chegar e, com ela, o fim da neblina. Já de tarde, pr uma grande sorte, cruzei com o Jaime Venegas quando estava rodando em busca de alguém para cair comigo em Pico Alto, pois o mar dava sinais de vida. Ele me reconheceu pela prancha no teto e sinalizou para que eu parasse o carro. Que sorte!! Caímos juntos e, por mais que eu tivesse me preparado para esse momento, a adrenalina estava presente. O choque de realidade em relação ao que temos de surfe no Brasil é tão grande quando se está no outside de Pico Alto que posso dizer que a caída de hoje foi mais um treino físico – emocional do que uma surf session. E bota emoção nisso. Liso, clean, bonito, mas demorado. O Jaime pegou uma belíssima, deu um air drop lindo. A foto está no face. Depois deu uma parada, boiamos muito , sempre à espreita, mas elas não vinham. O inevitável aconteceu: fomos mais para o inside, o Jaime não, e fomos varridos por uma série. Como esse momento foi importante. Afinal, era o primeiro contato com o power do pico. Quebrou longe da gente, varreu tranquilo, vieram mais 3, mas a situação ficou sobre controle. Passei no primeiro teste, kkkk O Jaime e outros 2 brasileiros que estavam conosco saíram d’água e eu fiquei para ver se pegava algo. Não queria sair zerado do mar. Peguei o rabo de uma e depois peguei uma intermediária onde , finalmente, deu para dar um drop com a tabla 10 pés. Que beleza! Decidi voltar para o outside para pegar mais uma, não peguei e ainda quase fui varrido. Deu um medo de ficar sozinho naquele lugar enquanto o sol descia. Dei mais alguns minutos para vir uma série, mas não veio e decidi remar de volta. E que remada!! Confesso que senti certo medo de a corrente ter acelerado e de que eu talvez não conseguisse sair lá de fora na remada Parecia, por um momento, que eu estava sendo puxado pela maré seca. Devia ser imaginação acentuada pelo fato de estar sozinho no outside. Remei muito, remei muito, remei muito e.....não tinha chegado nem na metade. kkkkkk Mas no final , cheguei na baía próxima à praia e decidi nadar os últimos 500 metros. Que belo treino. O sol se pôs esplendido ao final do primeiro dia de surfe.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Treino de piscina - nivel 2 - esforço de apnéia

Um treino bom a partir de um nivel mais avançado de condicionamento é fazer 5 braçadas debaixo dágua após a virada de borda.Isso faz uma forte apnéia e torna-se um excelente exercicio respiratório. Ou seja, você chega na borda, dá a virada e faz 5 braçadas debaixo d"agua, chega na outra borda, faz a virada e mais cinco braçadas debaixo d'agua e assim sucessivamente. Você pode começar com 3 braçadas debaixo d'água e à medida em que vai avançando no treino, aumentar o numero de braçadas. Ao final do treino, vc estará fazendo mais braçadas debaixo d'agua do que no começo, naturalmente. Além de exigente, é um exercico de concetração e auto-controle.Não se preocupe em nadar rápido, foque no ritmo de respiração e no auto-contreole. No meu ultimo treino, comecei com 5 braçadas e terminei com 7. Foram 30 minutos que valeram por horas.Muito produtivo.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Adrenalina antecipada: 15 a 18 pés na quarta que vem - uiiiiiiiii

A adrenalina antecipada é inevitável. Com os mapas indicando um swell hipersólido para a semana que vem, tudo indica que teremos 15-18 pés de onda no meu segundo dia completo de viagem, considerando-se que chego na segunda e o swell chega na quarta.Uiiiiiiiii. Não dá para imaginar um choque maior: passando o ano no escritório, mais vendo surfe pela tela do computador do que surfando, passando o verão sonhando com os swells no pacifico norte e, de repente, é só questão de alguns dias para estar face a face com as ladeiras. Comprar o colete flutuante parece ter sido uma boa ideia, por que não? A adrenalina e a expectativa só são possíveis hoje devido aos mapas que nos permitem saber o que ocorrerá daqui há uma semana, o que no Pacífico sul nessa época costuma ser bastante preciso. Vou para a piscina fazer meu treino apneico e deixar as coisas fluírem nesses próximos dias. Fiquei devendo os detalhes do treino na piscina para nível avançado. Para a piscina, agora!!